- Cuiabá
- QUINTA-FEIRA, 9 , JANEIRO 2025
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O prefeito Mauro Mendes (PSB) descartou a possibilidade de conceder reajuste salarial aos médicos da rede municipal de Saúde, que iniciaram um movimento grevista na última segunda-feira (7).
A categoria cobra, entre outros pontos, a implantação do piso nacional de R$ 12,9 mil por 20 horas de trabalho semanais. Atualmente, o salário dos profissionais concursados é de R$ 3,8 mil.
“Não adianta me pressionar. Não é porque é ano de eleição que eu vou sair dando aumento, sem que o Município possa ter condições de pagar. Não vou fazer disse”, disse Mendes.
O prefeito admitiu que o impasse existente entre o mMnicípio e os profissionais pode trazer desgastes à sua gestão.
“Vou agir com muita responsabilidade, mesmo que isso custe algum desgaste, algum dissabor. Vou fazer o que é melhor para o Município, com uma visão a médio e longo prazo”, disse.
“Não adianta fazer a lei do menor esforço e maior conforto, pois, no médio prazo, isso se volta contra o Município e contra quem tomou essas decisões equivocadas”, completou.
Mauro Mendes disse que reconhece o direito de greve dos trabalhadores, mas afirmou que a Prefeitura também não abre mão de questionar o movimento, quando entender que não há razões para a paralisação das atividades.
“Respeito o direito de greve, respeito os cidadãos que estão exercendo esse direito. Mas, da mesma forma, é um direito nosso ir ao Judiciário e dizer: ‘Olha, o que eles estão pedindo é ilegal, abusivo ou já foi atendido em alguns casos’”, afirmou Mendes.
Ilegalidade
Antes mesmo do início da greve dos médicos, a Prefeitura conseguiu na Justiça a decretação da ilegalidade do movimento.
A decisão foi proferida pelo desembargador Gilberto Giraldelli, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, na tarde do último domingo (6).
Além de decretar a ilegalidade, o magistrado também estabeleceu uma multa diária de R$ 50 mil, caso do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) descumpra sua decisão.
Segundo Mauro Mendes, o Judiciário tem acolhidos os argumentos do Município, pois são “fortes, robustos e consistentes”. “Única e exclusivamente por conta disso”, disse o prefeito.
Questionado se há alguma motivação politica na greve da categoria, o prefeito preferiu não polemizar.
“Não quero fazer julgamento, mas é muito estranho. Foi só os enfermeiros entrarem em greve e eles (médicos) quiseram ‘pegar uma carona’. Uma greve combinada no whatsapp? Isso é lamentável e prejudica a população”, completou Mendes.
Reivindicações
Os médicos da rede municipal alegam que o corte de 14% no Prêmio Saúde, que atingiu todos os trabalhadores do setor, foi o estopim para a mobilização da categoria.
Eles cobram, também, o pagamento de horas extras, condições adequadas de trabalho para atender melhor a população, o pagamento do Reajuste Geral Anual, cumprimento dos Acordos Coletivos homologados na Justiça e o adequado preenchimento das escalas de plantão, as quais eles alegam estarem defasadas.