- Cuiabá
- QUINTA-FEIRA, 9 , JANEIRO 2025
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O deputado federal Nilson Leitão (PSDB), um dos representantes de Mato Grosso na comissão do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), recebeu R$ 511.550 de empresas investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, para a campanha eleitoral de 2014. O levantamento é doportal UOL, que apontou outros 39 deputados federais como beneficiários de empresas alvo da operação. Além de Leitão, que é titular, compõem a comissão os deputados mato-grossenses Valtenir Pereira (PMDB) como titular e Victorio Galli (PSC) como suplente, que não constam da lista do UOL.
A reportagem do Olhar Direto encontrou, na prestação de contas da campanha do tucano, uma doação de R$ 500 mil da empresa Galvão Engenharia SA, e duas doações que somam R$ 11.550 da construtora Andrade Gutierrez, ambas alvo da Lava Jato. Os recursos foram enviados para Leitão por meio da direção nacional do PSDB. A doação da Galvão Engenharia foi a maior da campanha de Leitão.
O juiz federal Sergio Moro condenou à prisão três executivos da Galvão Engenharia por corrupção, lavagem de dinheiro, e associação criminosa. São eles: Dario de Queiroz Galvão Filho (13 anos e 2 meses), Erton Medeiros Fonseca (12 anos e 5 meses) e Jean Alberto Luscher Castro (11 anos e 8 meses).
Eles foram acusados de participarem de cartel para fraudar contratos com a Petrobras, mediante o pagamento de propina a políticos e ex-diretores da estatal. A empresa pertence ao Grupo Galvão, que está em recuperação judicial e é controlador da CAB Cuiabá, concessionária dos serviços de água e esgoto da capital.
Onze executivos da Andrade Gutierrez, por outro lado, fecharam acordo de delação na Lava Jato, entre eles Otávio Azevedo, ex-presidente do grupo, que chegou a ser preso. Nenhuma delação foi homologada pela Justiça até o momento. A empresa se comprometeu a pagar multa de R$ 1 bilhão em um acordo de leniência, uma espécie de delação de empresas.
O UOL apontou que 40 deputados federais, do total de 65 que compõem a comissão de impeachment, receberam recursos de empresas investigadas na Lava Jato ou de subsidiárias. Segundo as prestações de contas entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram R$ 8,9 milhões doados aos candidatos ou a diretórios dos partidos que repassaram o recurso para a campanha do parlamentar.
Outro lado
A assessoria de Nilson Leitão destacou que as doações das empreiteiras foram feitas ao diretório nacional do PSDB, que distribuiu o recurso entre os candidatos a deputado federal. A assessoria afirmou, ainda, que as doações não interferem no posicionamento do deputado, que sempre foi a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.