- Cuiabá
- QUINTA-FEIRA, 9 , JANEIRO 2025
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O prefeito Mauro Mendes (PSB) endureceu seu posicionamento e ameaçou demitir os médicos grevistas que atuam na rede municipal de Saúde da Capital.
O movimento grevista teve início em 7 de março e somente estão sendo realizados atendimentos de urgência e emergência nas unidades (policlínicss e UPAs).
“Nós vamos agir sempre de acordo com a lei. Aqueles que estiverem faltando e a lei permitir, nós vamos demitir. Não só com os médicos, mas nós demitimos mais de 100 servidores concursados porque descumpriram o código do servidor”, afirmou o prefeito, em evento da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), nesta quarta-feira (30), no Hotel Fazenda MT.
Mendes ainda declarou que nem todos os profissionais aderiram à greve e que aplicar punições aos que estão paralisados é uma forma de valorizar todos os servidores municipais.
“Respeitar o servidor é punir aqueles que agem mal. A maioria dos médicos é de bons profissionais. Em respeito aos bons profissionais, nós iremos punir aqueles que agirem de forma inadequada, pelo desacordo com a lei e o código do servidor”, disse.
A Justiça decretou a ilegalidade da greve dias antes do início do movimento e, recentemente, determinou multa de R$ 70 mil, além da intimação da representante legal do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), e encaminhamento do processo ao Ministério Público do Estado (MPE).
Entretanto, no último dia 21, o Sindimed decidiu, por unanimidade, manter o movimento grevista.
O prefeito de Cuiabá afirmou que já realizou o corte de salários dos profissionais que não voltaram às atividades normais.
“Gradativamente, o movimento perde força. Aqueles que não trabalharam tiveram seus salários cortados, pois a greve foi declarada ilegal pela Justiça. Se a greve é ilegal, não resta outra atitude da Prefeitura, que não a de cortar o salário daqueles que não estão trabalhando. Aquele que não trabalha não irá receber”, declarou.
“Grande parte dos médicos está trabalhando. O Pronto-Socorro e o Centro de Maternidade estão funcionando normalmente. Nós iniciamos a contratação de novos médicos, que estão repondo a falta de profissionais”, completou o prefeito.
Mauro Mendes voltou a afirmar que a greve dos médicos tem “cunho político”.
Marcus Mesquita/MidiaNews
“O sindicato tem atuação em todos os outros 140 municípios do Estado, mas nunca fez uma greve nessas cidades. Em Cuiabá, já é a quarta greve de um sindicato nitidamente com viés político. Uma presidente [Eliana Siqueira] que tem filiação partidária e que fez mais de uma greve”, finalizou.
A greve
Algumas das justificativas apontadas para a deflagração e manutenção é a ausência de médicos no atendimento da Capital.
A categoria apresentou uma planilha onde é relatada a falta de 43 profissionais, situação que ocasionaria a falta de atendimento em diversos plantões de Policlínicas e Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
De acordo com o sindicato, há dificuldades para manter um diálogo com a Prefeitura.
Em razão da paralisação, somente os pacientes mais graves estão sendo atendidos pelos médicos nas UPAs e policlínicas da Capital.
Nos postos de saúde, os atendimentos foram praticamente paralisados, restringindo apenas a gestantes e alguns idosos.
A presidente do Sindimed, Eliana Siqueira, afirmou que o principal objetivo da paralisação é conseguir melhorias para a Saúde da Capital.
“A única possibilidade para tentar solucionar o caos na saúde em Cuiabá é manter a greve. Fizemos vários acordos com a Prefeitura, mas nenhum deles foi cumprido”, disse.