- Cuiabá
- TERÇA-FEIRA, 22 , ABRIL 2025
- (65) 99245-0868
Pesquisadores brasileiros identificaram a preocupante nova variante do coronavírus descoberta na África do Sul em uma mulher que contraiu COVID-19 pela segunda vez, e disseram que foi o primeiro caso relatado no mundo.
Houve outros casos de reinfecção no Brasil e a variante sul-africana já havia sido detectada, mas acredita-se que a reinfecção com esta mutação do vírus seja a primeira, disseram os pesquisadores.
O caso envolveu uma mulher de 45 anos de idade, baiana, segundo pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), após realizar o sequenciamento genético de sua infecção viral.
“Essa mutação foi identificada recentemente no Rio de Janeiro, mas é a primeira vez no mundo que é associada a uma reinfecção por SARS-CoV-2”, disse Bruno Solano, que liderou o estudo, em nota.
“Observamos, na sequência genética do vírus presente no segundo caso, a mutação E484K, que é uma mutação identificada originalmente na África do Sul e que tem causado muita preocupação na área médica, pois pode dificultar a ação de anticorpos contra o vírus ”, disse Solano.
Os resultados do estudo estão aguardando revisão por pares e devem ser publicados na revista médica The Lancet.
Os pesquisadores disseram que a mulher, que morava na cidade de Salvador, foi infectada duas vezes: primeiro em 20 de maio e novamente em 26 de outubro. Seus sintomas foram mais fortes na segunda vez, relataram os pesquisadores.
O Brasil está sofrendo o segundo surto de coronavírus mais letal do mundo depois dos Estados Unidos, com mais de 200.000 mortos e 8 milhões de casos confirmados. O presidente de direita Jair Bolsonaro, que minimizou a gravidade da doença altamente contagiosa, está enfrentando críticas por demorar para responder à crise de saúde.
A evolução do coronavírus aumentou a preocupação de que certas mutações poderiam permitir que o vírus escapasse da imunidade de infecções anteriores ou vacinas.
Até agora, não há evidências fortes que sugiram que qualquer uma das muitas variantes que circulam no mundo seja diferente o suficiente para que o sistema imunológico não reconheça uma após ter encontrado outra.
Acredita-se que os casos de reinfecção ocorram porque as pessoas têm proteção imunológica insuficiente que sobrou da primeira infecção.
Os resultados preliminares de um estudo de laboratório divulgado na quinta-feira e aguardando revisão por pares mostraram que a vacina COVID-19 da Pfizer Inc e BioNTech SE provavelmente permanecerá eficaz contra as novas variantes altamente transmissíveis descobertas no Reino Unido e na África do Sul.
Fonte: www.reuters.com.br