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Em nota, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) alertou sobre o risco do aumento do preço dos alimentos com a decisão da Rússia em impedir as exportações dos grãos da Ucrânia pelo Mar Negro. As consequências serão de níveis globais.
A Ucrânia é responsável por 16% da produção mundial de milho, mas com a guerra iniciada pela Rússia em 2022, além da redução da produção, pouco mais da metade do produzido foi efetivamente embarcado. Com os portos fechados e continuidade da guerra, o fornecimento destes cereais será ainda mais prejudicado, fazendo com que os tradicionais compradores busquem outros países para suprir o fornecimento.
“A alternativa para a garantia do fornecimento mundial de milho poderia vir de outros principais países produtores, todavia, isso pode não ocorrer, vez que outros grandes países produtores também enfrentam problemas”, destaca a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT).
A Argentina que, de acordo com o USDA, equivalente ao Ministério da Agricultura, tinha previsão de ampliar sua produção, continua sofrendo com fortes secas. A colheita está muito atrasada e, segundo a Bolsa de Comércio de Rosário, ainda haverá uma diminuição de 40% da produção de milho em comparação com as expectativas iniciais, algo em torno de somente 32 milhões de toneladas.
Já a União Europeia, que na safra 2021/22 bateu recorde de produção de milho, com mais de 71 milhões de toneladas colhidas, teve uma redução de mais de 25% na produção do cereal na safra 22/23. Ou seja, com menos de 53 milhões de toneladas produzidas, haverá falta do produto no mercado interno agravado pela falta do suprimento pela Ucrânia.
A China que tem sua produção concentrada nas regiões norte e nordeste do país, região que colhe 90% da produção, especialmente nas províncias de Heilong Jian, Jilin e Nei Mongol, com quase 40% da produção total chinesa, tem sido castigada com problemas de seca nesta safra com déficits de umidade entre 20 e 40%. Com a necessidade de superar seus já baixos estoques internos, a China já está enfrentando prejuízos em suas lavouras de milho.
Os Estados Unidos, que tradicionalmente são os maiores produtores mundiais de milho, têm também registrado fortes secas no mês de junho, e em muitos estados as chuvas que estão ocorrendo não estão sendo suficientes, e muitas chegaram com vendavais e tempestades de granizo, destruindo parte da área foliar e derrubando lavouras já em fase de florescimento, também a fase mais sensível à seca.
Embora a safra de milho brasileira esteja caminhando para uma boa produção, talvez não seja suficiente para amenizar problema de demanda que está por vir, com isso certamente haverá elevação no preço do cereal.
“Somente com o acordo do Mar Negro entre Rússia e Ucrânia estima-se que houve uma redução no preço do milho em torno de 20%. Porém, agora, com o rompimento do acordo, somado aos problemas climáticos, perda de produção em países players, e contínua demanda, haverá um forte aumento no preço da commodity, e consequentemente, aumento no preço dos alimentos”, finaliza a Aprosoja/MT.
Fonte: ODOC