- Cuiabá
- SEGUNDA-FEIRA, 13 , JANEIRO 2025
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O médico e advogado Ruy Gonçalves se defendeu da acusação de ter chamado os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) de “estelionatários”. Gonçalves move uma ação declaratória de nulidade por estelionato judicial contra o Banco do Brasil e já pediu a suspeição de cinco magistrados do TJ-MT – ato que equivale ao afastamentos dos julgadores e a possível anulação de atos processuais realizados por eles.
Ruy Gonçalves também se diz vítima do que chamou de “fake jus” do Poder Judiciário Estadual. Em nota, ele alega estar “irresignado” e que o relator da ação no TJ-MT, o desembargador Luiz Ferreira da Silva, é o responsável pela disseminação da suposta “insulta” aos desembargadores.
“O médico garante que está sendo vitima de ‘fake jus’ por parte do des. Luiz Ferreira que atua como relator na Ação Declaratória de Nulidade Por Estelionato Judicial que move contra o Banco do Brasil que falsificou extrato bancário – e não contra desembargadores. Nunca escrevi ou falei q os desembargadores praticaram estelionato judicial”, diz trecho da nota.
A disputa entre o médico/advogado e a Justiça de Mato Grosso vem de anos, porém, seu capítulo mais recente ocorreu no último dia 14 de dezembro. Durante a leitura do voto contrário a ação interposta pelo desembargador Luís Ferreira da Silva, em sessão do Pleno do TJ-MT, Ruy teria se exaltado do local que acompanhava o julgamento, no fundo do plenário, e teria “gritado” com o objetivo de contestar uma informação do magistrado.
Luiz Ferreira informou que não concederia uma parte ao médico/advogado tendo em vista que o procedimento correto seria Rubens se dirigir ao púlpito do Plenário e solicitar uma questão de ordem para intervir no julgamento. O desembargador ainda advertiu Ruy de que ele possuía poder de polícia e poderia determinar a detenção do profissional.
Na sequência, os desembargadores Rubens de Oliveira, Rondon Bassil Dower Filho, e Orlando Perri, fizeram duras críticas ao comportamento do advogado e cobraram uma ação da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Mato Grosso (OAB-MT) exigindo um “basta nesses abusos”. Eles também cobraram do Ministério Público do Estado (MP-MT) que instaurasse um procedimento criminal contra Ruy. A medida foi aceita pelo procurador-geral de justiça em exercício, que se encontrava em plenário naquela ocasião, Luiz Alberto Esteves Scaloppe.
A suposta acusação de estelionato judicial, entretanto, teria sido uma “criação” de desembargador Luiz Ferreira, segundo Ruy Gonçalves. Ele diz ainda que seus detratores não “sabem o conteúdo dos autos”. “O advogado e médico Ruy Gonçalves, irresignado com a acusação de que teria chamado desembargadores do Pleno do TJ-MT de ‘estelionatários judiciais’ envia nota em que esclarecerá os fatos […] O desembargador relator criou que eu chamei os desembargadores de estelionatários judiciais e todos ficaram revoltados com o fake jus sem saberem o conteúdo dos autos”, defende-se ele.
Ruy Gonçalves pediu a suspeição de cinco desembargadores do TJ-MT – Guiomar Teodoro Borges, Marcio Vidal, Orlando Perri, João Ferreira e Maria Erotides. A ação movida contra o Banco do Brasil teria origem em supostos débitos inexistentes cobrados contra o médico/advogado e já tramita há vários anos no Poder Judiciário Estadual. Em 2015 ele foi condenado a 1 ano e dois meses de prisão, pena substituída por outras medidas cautelares, além do pagamento de multa de R$ 15,5 mil, após caluniar a então juíza Maria Helena Bezerra Ramos.
Em 2017, ele também foi acusado de invadir o gabinete da juíza Ana Paula da Veiga Carlota Miranda, acusando-a de tê-lo chamado de “moleque” numa ação em que ele mesmo se representou e que foi rejeitada pela magistrada.
Fonte: http://www.folhamax.com