Deputado afirma que mantém pré-candidatura, mas que irá conversas com colegas da base de Taques

O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (PSB), criticou a decisão do presidente da Casa, Guilherme Maluf (PSDB), de sair à reeleição na próxima Mesa Diretora.

Para o parlamentar, a continuidade no comando do Legislativo irá abrir espaço para a volta do “super-deputado”, como o ex-deputado José Riva, que ficou no comando da Casa por quase 20 anos.

“Eu continuo com meu nome colocado. Quando lá atrás iniciamos a Legislatura, fizemos um acordo, e vários deputados assinaram, de que não haveria a reeleição, com o intuito de acabar com o super-deputado”, disse.

“Não sou contra o Guilherme Maluf em si, ele é uma excelente pessoa, teve grandes avanços no Parlamento, e eu ajudei a construir isso. Mas a continuidade é criar um super-deputado, que é o que nós não queremos aqui dentro”, afirmou.

Lá atrás, quando fizemos essa composição, havia o compromisso desse grupo me apoiar. Quando eu aperto a mão de uma pessoa, isso vale muito, vale como um contrato

O deputado disse que não esperava a decisão do colega de Mesa, justamente por já haver um acordo desde o início da atual Legislatura, em fevereiro de 2015.

“Lá atrás, quando fizemos essa composição, havia o compromisso desse grupo me apoiar. E compromisso, para mim, vale muito. Quando eu aperto a mão de uma pessoa, isso vale muito, vale como um contrato”, disse.

Apesar de afirmar que mantém a pré-candidatura, Botelho disse que precisa avaliar o apoio de seus colegas do Parlamento.

“A disputa depende muito dos pares, aqui dentro. Eu vou sentar com o grupo, conversar e ver o que eles entendem. Se fazemos outra composição, se caminhamos junto com ele [Maluf]. Vou conversar com a base de sustentação do Governo, que é uma base grande de 20 deputados”, afirmou Botelho.

“São esses deputados que vão decidir. Não posso querer ir para o embate se não tiver o apoio dos companheiros. Você só vai para guerra se tiver soldados ao seu lado. Mas, apesar disso, continuo com a ideia de fazer uma chapa de consenso. Para mim, é o melhor caminho”, completou.

Disputa em setembro

Por fim, Botelho negou apoio ao projeto que pretende voltar as eleições da Mesa Diretora para dezembro.

A eleição para o segundo biênio da Legislatura está marcada para setembro deste ano.

Para ele, o mais correto seria aprovar a mudança de data, mas com validade apenas para a próxima Legislatura.

“Eu apoio que a eleição seja mantida em setembro. Acho que mudar a eleição de dezembro para setembro foi um casuísmo. Agora, mudar hoje de setembro para dezembro, será outro casuísmo. Então, temos que manter a eleição em setembro, mudar agora seria mudar a regra do jogo com o jogo em andamento”, afirmou.