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- SEGUNDA-FEIRA, 13 , JANEIRO 2025
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O promotor de Justiça e ex-chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Marco Aurélio de Castro, tornou-se réu em julgamento realizado na tarde desta quinta-feira (9) por quebra de sigilo de interceptação telefônica. Ele havia sido denunciado pelo Núcleo de Ação de Competência Originária (Naco), do Ministério Público Estadual (MPE), por vazar um áudio entre o desembargador Marcos Machado e o ex-governador Silval Barbosa no ano de 2015.
A maioria do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já havia formado maioria para torná-lo réu em julgamento realizado em fevereiro deste ano, porém, a denúncia ainda não tinha sido aceita porque o desembargador Carlos Alberto da Rocha pediu vistas do processo. Nesta quinta-feira, porém, os desembargadores seguiram por unanimidade o voto do relator, Rubens de Oliveira, e aceitaram a denúncia.
A denúncia
De acordo com Naco e o MPE, em 2015, o promotor Marco Aúrélio de Castro teria repassado a terceiros, gravações de ligações telefônicas de diálogos entre o desembargador do TJMT Marcos Machado e o ex-governador Silval Barbosa.
Silval estaria tentando que a Justiça soltasse a mulher dele, Roseli Barbosa, que foi presa durante a “Operação Ouro de Tolo” sob acusação de desvio de dinheiro da Secretaria Estadual de Assistência Social (Setas), a qual comandou.
Segundo o MP, com base no depoimento de um policial militar, Marco Aurélio que estaria de férias, teria exigido do PM um CD com a íntegra dessa conversa, sem apresentar nenhum documento. No mesmo dia esse CD sumiu dos arquivos do Gaeco.
Logo depois, os diálogos entre Machado e Silval foram exibidos em telejornais e repercutidos em jornais, rádios e sites de noticias. Além dos fatos estarem protegidos pelo sigilo, os diálogos, conforme a denúncia, “não tinham, rigorosamente, qualquer serventia para com a apuração dos fatos objetos da ação penal”.
Fonte: Odocumento