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Mato Grosso está dentro da tendência mundial na contratação de pessoas com mais de 50 anos para suprir a falta de força de trabalho nas empresas,mas as contratações não se resumem à carteira assinada. Muitos cinquentões e sessentões são contratados como estagiários também.
No Estado há 365.686 pessoas com mais de 50 anos aptas para trabalhar, o que representa 20% do total de 1.825 milhão de mato-grossenses ativos no mercado de trabalho. Desse montante, 359.822 estão ocupadas e apenas 5.864 estão desempregadas, sendo que 237.003 são homens e 128.682 são mulheres. Os dados são do Observatório da Indústria do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt).
A superintendente da Fiemt e do Instituto Euvaldo Lodi de Mato Grosso (IEL MT), Fernanda Campos, analisa que há diversas vantagens em contratar profissionais na terceira idade, que vai desde a experiência profissional somada a experiência de vida até a facilidade de disponibilidade de horário.
“Mato Grosso encerrou 2022 com a segunda menor taxa de desemprego do país, vagas ocupadas normalmente por pessoas mais jovens. A média anual de desocupação mato-grossense foi de 4,3%. A contratação de idosos é uma opção para equalizar a condição de oferta e demanda no estado”, acrescentou.
Além disso, a reintegração de pessoas acima de 50 anos no ambiente corporativo é um compromisso que as empresas devem assumir, principalmente na área de responsabilidade social, fortalecendo employer branding – termo em inglês que, em tradução literal, significa marca empregadora.
“As pessoas mais velhas normalmente carregam muitas características que as empresas procuram, como maior disponibilidade de tempo e horário, experiencia e comprometimento”, pontuou o empresário do setor de móveis, Ayres dos Santos.
A bagagem profissional de pessoas mais idosas é uma grande riqueza que pode ser aproveitada nas diversas situações vivenciadas no ambiente de trabalho, bem como agregar valor em projetos e no atendimento ao cliente. “São pessoas com experiencia, com comprometimento, ou seja, não falta ao serviço, tem paciência para aprender tarefas que exigem maiores cuidados, cumpre os horários determinados pela empresa”, pontua o empresário.
Novas perspectivas
Aos 60 anos, Manoel Bom Despacho decidiu iniciar sua primeira faculdade. Após anos trabalhando como operário de forma autônoma, atuando como pedreiro e em outros serviços de manutenção, resolveu cursar ciências contábeis. Essa mudança de carreira oportunizou conhecer outras áreas no mercado de trabalho e atualmente ele é um dos estagiários do Serviço Social da Indústria (Sesi MT). “Sempre foi minha vontade cursar faculdade. É muito bom poder fazer o estágio e ganhar experiência. Isso tudo contribui muito para o aprendizado na área do curso profissionalizante”, comemora.
A gestora do simpático futuro contador Manoel, a coordenadora financeira do Sistema Fiemt, Delci Nassif, explica que, assim como em todos os estágios, é preciso ter paciência e dedicação para transferir conhecimento. “É uma grande missão. O estágio tem preparado ele e observamos a evolução diária. É muito atencioso, tem boa vontade para aprender e cumpre o horário rigorosamente”.
Fonte: Odocumento