O arroz e o feijão, a dupla básica da alimentação dos mato-grossenses, tem a produção reduzida em Mato Grosso, na contramão da soja e do milho, principal pauta de exportação do Estado. O fenômeno ocorre em todo o país e estima-se que no caso do arroz será menor produção dos últimos 25 anos, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A área de produção de arroz no Estado reduziu 20,2%. Foram plantados 74,5 mil hectares na safra 2022/2023 contra 93,3 mil hectares em 2021/2022. Com isso a produção mato-grossense do arroz caiu para 274 mil toneladas, um resultado 17% menor do que a safra passada que foi de 332 mil toneladas. Os dados se referem ao arroz sequeiro e o arroz irrigado.

O mesmo ocorre com o feijão. Houve redução da área plantada em 4%. Foram plantados 150 mil hectares de feijão (caupi, cores, preto) de 1ª, 2ª e 3ª safra.

A Conab alerta que a falta de incentivos ao plantio de arroz e feijão pode trazer riscos para a segurança alimentar e aumentar o preço desses produtos. Por ora, o que vem segurando os preços nos supermercados é que a produtividade, ou seja, a quantidade de grãos colhidos por hectare tem aumentado. No caso do arroz em Mato Grosso, ela aumentou 3,6%, já o feijão foi 8,7%. Ainda não há desabastecimento.

Os produtores se veem mais estimulados a plantar culturas com maior margem financeira. A soja e milho, por exemplo, são matérias-primas para a indústria que são negociadas em bolsas de valores internacionais e exportadas como ração para animais de criação, como bois e porcos.

Já o arroz e o feijão, produzidos em boa parte pela agricultura familiar, são focados em abastecer o mercado brasileiro. Seus preços variam de acordo com o tamanho da produção, procura e negociações entre agricultores e a indústria.

Fonte:  ODOC